O que é o acordo de Paris?

O Acordo de Paris é um tratado internacional adotado em 2015 durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21) em Paris, França. Seu principal objetivo é limitar o aumento da temperatura global neste século a menos de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, com esforços para limitar o aumento a 1,5 graus Celsius.

Os principais pontos do Acordo de Paris incluem:

  1. Metas de Redução de Emissões: Cada país signatário deve apresentar planos nacionais voluntários (Contribuições Nacionalmente Determinadas, ou NDCs) para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.
  2. Revisão Periódica: As metas e os progressos dos países são revisados a cada cinco anos, incentivando metas mais ambiciosas ao longo do tempo.
  3. Financiamento Climático: Países desenvolvidos devem fornecer apoio financeiro aos países em desenvolvimento para ajudá-los a mitigar e adaptar-se às mudanças climáticas.
  4. Transparência: Estabelecimento de um sistema de transparência e de balanço global para monitorar e relatar as ações dos países e seus impactos.

O Acordo de Paris é significativo porque reúne quase todas as nações do mundo em um compromisso comum de combater as mudanças climáticas, promovendo a cooperação global e a ação coordenada.

Quais são as críticas ao acordo de Paris

O Acordo de Paris, apesar de ser um marco na luta contra as mudanças climáticas, enfrenta várias críticas, entre as quais:

  1. Compromissos Voluntários e Não-Vinculantes: Os compromissos assumidos pelos países (NDCs) são voluntários e não há mecanismos legais rigorosos para obrigar os países a cumprirem suas metas. Isso pode levar a ações insuficientes e à falta de responsabilidade.
  2. Metas Insuficientes: Muitos especialistas argumentam que as metas estabelecidas no acordo não são ambiciosas o suficiente para limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius, o que é necessário para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.
  3. Financiamento Insuficiente: Há preocupações de que os países desenvolvidos não estão fornecendo financiamento suficiente para ajudar os países em desenvolvimento a mitigar e se adaptar às mudanças climáticas. O compromisso de mobilizar US$ 100 bilhões por ano até 2020 não foi completamente cumprido.
  4. Desigualdade nas Responsabilidades: Alguns críticos afirmam que o acordo não aborda adequadamente a responsabilidade histórica dos países desenvolvidos pelas emissões de gases de efeito estufa, colocando uma carga desproporcional sobre os países em desenvolvimento.
  5. Dependência de Tecnologias Não-Comprovadas: Algumas estratégias para alcançar as metas do acordo dependem de tecnologias que ainda não foram comprovadas em grande escala, como a captura e armazenamento de carbono (CCS).
  6. Retirada de Países: A decisão de alguns países, notavelmente os Estados Unidos sob a administração Trump, de se retirar do acordo (embora os EUA tenham retornado sob a administração Biden) demonstrou a vulnerabilidade do acordo às mudanças políticas internas dos países.

Essas críticas destacam a necessidade de esforços contínuos e mais robustos, tanto a nível nacional quanto internacional, para enfrentar de forma eficaz a crise climática.

Quem são os países signatários

O Acordo de Paris foi adotado por 196 Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), incluindo 195 países e a União Europeia. Praticamente todas as nações do mundo são signatárias do acordo. Entre os países signatários estão:

  1. Américas: Estados Unidos, Canadá, Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, entre outros.
  2. Europa: Todos os países da União Europeia (como Alemanha, França, Itália, Espanha), Reino Unido, Noruega, Suíça, Rússia, entre outros.
  3. África: África do Sul, Nigéria, Egito, Quênia, Etiópia, Marrocos, Gana, entre outros.
  4. Ásia: China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Indonésia, Arábia Saudita, Irã, Israel, entre outros.
  5. Oceania: Austrália, Nova Zelândia, Fiji, Papua Nova Guiné, entre outros.

É importante notar que embora quase todos os países do mundo tenham assinado o acordo, a implementação dos compromissos varia entre eles, com alguns países fazendo mais progressos do que outros. O acordo foi projetado para ser inclusivo, permitindo que todos os países, independentemente de seu tamanho ou nível de desenvolvimento, contribuam para a luta global contra as mudanças climáticas.

Quem são os maiores emissores de gases estufa

Os maiores emissores de gases de efeito estufa no mundo são principalmente grandes economias e nações industrializadas. Aqui estão os principais emissores:

1. **China**: O maior emissor global, responsável por cerca de 28% das emissões globais de gases de efeito estufa. A China ainda depende fortemente do carvão para a geração de energia.

2. **Estados Unidos**: O segundo maior emissor, representando aproximadamente 15% das emissões globais. Os Estados Unidos têm uma alta taxa de emissões per capita devido ao seu estilo de vida e dependência de combustíveis fósseis.

3. **União Europeia**: Coletivamente, os países da União Europeia são responsáveis por cerca de 9% das emissões globais. A UE tem feito esforços significativos para reduzir suas emissões através de políticas de energia renovável e eficiência energética.

4. **Índia**: Com aproximadamente 7% das emissões globais, a Índia é um grande emissor devido ao seu rápido crescimento econômico e dependência de carvão.

5. **Rússia**: Responsável por cerca de 5% das emissões globais, a Rússia tem uma economia fortemente dependente de combustíveis fósseis, especialmente gás natural e petróleo.

6. **Japão**: Contribui com cerca de 3% das emissões globais. O Japão tem uma alta dependência de importações de combustíveis fósseis após o acidente nuclear de Fukushima.

Além desses, outros países com contribuições significativas incluem Brasil, Indonésia, Canadá e México. Estes países têm diversas fontes de emissões, incluindo desmatamento, uso da terra, produção de energia e indústria.

Esses países desempenham um papel crucial nos esforços globais para mitigar as mudanças climáticas, pois suas políticas e ações têm um impacto significativo nas emissões globais de gases de efeito estufa.

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